sexta-feira, 30 de março de 2012

UNE, PREVER O BRASIL DAQUI A 10 ANOS





UNE-bandeira

Projeto “UNE Brasil+10” foi lançado nesta quarta dia 28 e contou com a presença do presidente da CUT, representantes de movimentos sociais, entre outras atrações

Onde você estará daqui a dez anos? Como será a estrutura social brasileira e quais serão as oportunidades de desenvolvimento para a juventude? Quais serão os avanços e desafios da educação pública e da sustentabilidade ambiental? A União Nacional dos Estudantes deseja qualificar ao máximo esse exercício de futurologia nesta quarta-feira, 28 de março, a partir das 12h, com as atividades da Caravana UNE Brasil+10, que ocorrem na UNB e Universidade Católica.

Entre os convidados estão o presidente da CUT, Artur Henrique, e representantes do MST, Força Sindical e CTB para um grande ato de lançamento da Caravana UNE Brasil+10, às 19h, no auditório Dois Candangos, da UNB. A programação em Brasília inclui ainda exibição de filmes, apresentações culturais e encontros dos estudantes do Programa Universidade para Todos, o ProUni.

A Caravana UNE Brasil+10, quinta iniciativa de circulação nacional da UNE em seus 75 anos de vida, é co-realizada pelo Circuito Universitário de Cultura e Arte da entidade (CUCA da UNE) e está percorrendo 24 universidades, em 12 estados (Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo).

Imaginando o Brasil possível em 2022, quando se completam 200 anos da Independência Nacional e 100 anos da Semana de Arte Moderna, a UNE leva uma maratona de atividades com grandes pensadores, cientistas, artistas, políticos e militantes do movimento social para debater e construir, junto aos estudantes, idéias e soluções para a próxima década. A Caravana deverá atingir um público total de 50 mil estudantes e se divide em quatro eixos fundamentais: educação, desenvolvimento, justiça social e justiça ambiental.

Entre os principais objetivos da Caravana está a produção de um diagnóstico participativo, junto a jovens de diferentes estados e realidades, que possa contribuir no debate e formulação de políticas públicas, ações do movimento social ou do terceiro setor para o desenvolvimento do Brasil nos próximos dez anos. Além disso, o resultado servirá de base para o Projeto “UNE Brasil Cidades 2012”, uma plataforma de reivindicações do movimento estudantil brasileiro a ser entregue para os candidatos a prefeito nas eleições do segundo semestre.

**ROTEIRO DA CARAVANA
28/03 - Brasília (DF): UNB / UCB
03/04 - Porto Alegre (RS) UFRGS / PUC-RS
10/04 - Curitiba (PR): UFPR / PUC-PR
13/04 - Manaus (AM): UFAM / UNINORTE
16/04 - Belém (PA): UNAMA
17/04 - Belém (PA):  UFPA
19/04 - Fortaleza (CE): Faculdades Integradas do Ceará (FIC)
20 /04 – Fortaleza (CE): UFC
24/04 -  Natal (RN): UFRN / UNP
27/04 - Recife (PE): UFPE / UNICAP
03/05 - Belo Horizonte (MG): UFMG / PUC-MINAS
07/05 - Salvador (BA): Centro Universitário Jorge Amado (FJA)
08 /05 - Salvador (BA): UFBA
11/05 - Rio de Janeiro (RJ): UFRJ
12/05 - Rio de Janeiro (RJ): Universidade Gama Filho (UGF)
14 /05 - São Paulo (SP): UNIP
15/05 - São Paulo (SP): USP

quinta-feira, 29 de março de 2012

Uma morte, o estopim - Edson Luís

Uma morte, o estopim



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Trecho retirado do Capítulo Especial 2 (1968): De cara com a utopia: Com a morte de um estudante secundarista, o povo sai às ruas e manifesta seu repúdio à ditadura do livro UBES Rebeldia Consequente: A História do Movimento Estudantil Secundarista do Brasil, da historiadora Raisa Marques e do jornalista André Cintra, publicado em 2009.
Uma morte, o estopim
Os grandes conflitos entre a ditadura militar e o movimento estudantil em 1968 têm como estopim a morte de um secundarista, Edson Luís de Lima Souto, no Rio de Janeiro. “A reação à morte do Edson Luís foi de uma amplitude, de uma radicalidade que ninguém imaginava, mesmo os que achavam que o ano seria de mobilizações. Mas rapidamente a gente percebeu o potencial de mobilização para além da universidade — até porque o Edson Luís não era universitário, mas secundarista”, recorda-se o economista Jean Marc von der Weid, que foi eleito presidente da UNE em 1969.

Edson Luís foi assassinado durante uma manifestação em frente ao Restaurante Central dos Estudantes, num prédio do centro do Rio de Janeiro. Conhecido como Calabouço, por ter abrigado escravos presos no Império, o enorme restaurante era uma espécie de patrimônio dos estudantes, custeado pelo Ministério da Educação. “Posso dizer que aquela comida de bandejão era muito ruim. Mas havia uma coisa boa: aquela garotada pobre que circulava por ali, perto do Centro da cidade, podia almoçar por um preço muito baixo, como se fosse um restaurante universitário, só que fora da universidade”, lembra o jornalista e ex-vice-presidente da UBES (1968), Bernardo, em entrevista ao MME. “Uma pessoa se inscrevia lá, ganhava uma carteirinha e podia almoçar no Calabouço. Como juntava 10 mil estudantes por dia, inevitavelmente, se transformou num centro de efervescência estudantil.”

De fato, o restaurante tinha fama de servir refeições horríveis, mas a preços extremamente baixos, “qualquer coisa assim como centavos”, segundo Bernardo Joffily. “Eram milhares de estudantes naquele galpão enorme — e, de repente, um estudante subia na cadeira e dizia: ‘Companheiros, acabo de descobrir uma barata aqui na sopa, no meu feijão, na minha bandeja’. E aí todo mundo batia com os garfos. Já era combinado, todo mundo já sabia, não precisava ninguém explicar. Todos batiam com os garfos nas bandejas, faziam aquela barulhada imensa em protesto contra a barata descoberta”, diz Bernardo.

O Calabouço, de qualquer maneira, foi adotado pela estudantada. Para se ter uma ideia de sua importância, um grupo de frequentadores, liderado por Elianor Brito, criou a Feuc (Frente Unida dos Estudantes do Calabouço), com o objetivo de melhorar as condições de funcionamento do restaurante. No governo Costa e Silva, os subsídios do Ministério da Educação para o projeto minguaram, a tal ponto que, em setembro de 1967, uma ampla reforma do Calabouço foi interrompida sem anúncio nem explicações. Além disso, os militares ameaçavam demolir o prédio para a construção de um viaduto. Em resposta, os estudantes a realizarem vários protestos durante meses.

Uma dessas manifestações ocorreu na noite de 28 de março de 1968, uma quinta-feira. Cerca de 600 estudantes discutiam os detalhes de uma passeata agendada para o dia seguinte, que reivindicaria melhorias para o Calabouço e o fim da ditadura. Mas a Polícia Militar, avisada de antemão, cercou o restaurante em clima de guerra, imaginando que os manifestantes tacariam pedras na embaixada americana. Com seis carros ao redor do local, os policiais já chegaram com cassetetes em mãos. “Vão lá e quebrem tudo”, tinha ordenado o tenente Alcindo Costa. De repente, começaram os tiros — o Calabouço era metralhado sem parar. “Ao lado do galpão do restaurante funciona o Instituto Cooperativa de Ensino, onde é ministrado um curso do artigo 99 (Madureza). No momento da invasão estava sendo dada aula de Geografia. O professor protestou e foi espancado pelos policiais”, registrou a Folha de S.Paulo.

Uma bala perdida atingiu o comerciário Telmo Matos Henrique, que estava num prédio vizinho. Dois estudantes também foram atingidos — o próprio Edson Luís, no peito, e também Benedito Frasão Dutra, no braço e na cabeça. Dezenas de pessoas estavam feridas. Quando o massacre policial acabou, Edson Luís e Benedito foram levados à Santa Casa de Misericórdia, que ficava a três quarteirões de distância. Nenhum sobreviveu. Benedito foi internado em estado grave, permaneceu em coma na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e morreu no dia seguinte, aos 20 anos. Edson Luís chegou ao hospital já sem vida, vítima de um tiro à queima-roupa, no peito, que saiu da arma calibre 45 do comandante da tropa, aspirante a PM Aloísio Raposo. Um assassinato, enfim, com a marca da covardia contra um jovem e indefeso estudante.
Em O Poder Jovem, Poerner descreveu o secundarista morto, filho de uma lavadeira, como “um menino ainda — completara 18 anos em 20 de fevereiro —, parecia baixinho, a pele morena e os cabelos bem pretos e lisos de caboclo nortista. Os dentes — tinha-os estragado, como a maioria dos jovens do nosso país. órfão de pai, viera, havia três meses, de Belém do Pará, para cursar o artigo 99 do 1º ciclo (uma espécie de supletivo) no Instituto Cooperativo de Ensino, anexo do Calabouço, onde passava a maior parte do dia, inclusive auxiliando em serviços burocráticos de secretaria e de limpeza do estabelecimento, pois não conseguira emprego”. Edson, segundo Bernardo, “era uma pessoa meio que adotada pelo movimento. Não era uma liderança, mas uma pessoa muito querida. Foi morto porque estava numa passeata contra o fechamento de um restaurante estudantil — essa é a moral da história”.

O Rio vela Edson Luís
Os estudantes que esperavam na Santa Casa decidiram sair com o corpo de Edson Luís pelas ruas e denunciar o crime — mais um — cometido pela ditadura contra o movimento estudantil. O povo se sensibilizou de imediato, segundo Jean Marc von der Weid. “A mobilização que se fez em torno disso, se fez dirigida para a classe média da Zona Sul. Fui eu que inventei a fórmula de parar os espetáculos em todos os teatros da Zona Sul para fazer a denúncia do assassinato do Edson Luís. Parei pessoalmente seis teatros e alguns cinemas. No começo, fazíamos com certa hesitação, mas depois fomos adquirindo confiança e as pessoas aderiam. Claro, havia sempre um sujeito que exigia o seu dinheiro de volta, brigava. Uma vez, quando a gente paralisou o Teatro Princesa Isabel, um coronel se levantou e disse que prenderia a gente. O público vaiou. A peça Roda Viva estava sendo apresentada nesse dia, e eu comecei a fazer uma denúncia dramática do assassinato do Edson Luís. De repente, Marieta Severo explode em soluços ao meu lado.”

O corpo do estudante morto foi conduzido até a antiga sede da Assembleia Legislativa da Guanabara, na Cinelândia. Impedidos pela multidão de entrarem, agentes da PM e do Dops ameaçavam lançar bombas de gás. Faltou-lhes coragem. Nas ruas, a mobilização e os protestos continuavam. O governador Negrão de Lima mandou soltar os 14 estudantes presos na passeata e suspendeu as aulas em todos os estabelecimentos de ensino. A essa altura, as inúmeras faculdades do Rio já estavam em greve.
“As pessoas começaram a entrar noite adentro. Circulavam em bares da Zona Sul, faziam discurso e passavam o chapéu para recolher dinheiro para fazer o enterro do Edson Luís. Foi um agito generalizado”, diz Jean Marc. Segundo Bernardo, “a escadaria (da Assembleia) se transformou num palanque. As pessoas chegando, as escolas e faculdades fechando espontaneamente, e toda aquela massa de gente indo para a Cinelândia se somar ao velório”.

Dentro da Assembleia, o corpo de Edson foi posto sobre a Mesa Diretora e coberto pela bandeira nacional, por cartazes de protesto e por um caderno do próprio estudante. Dois médicos fizeram então a autópsia, acompanhados do secretário estadual de Saúde. Lideranças de diversas entidades clandestinas discursavam. Ao lado do caixão, proliferavam faixas com palavras-de-ordem, como “Assassinaram um estudante. Poderia ser seu filho” e “Brasil, seus filhos morrem por você”. Segundo o jornal O Dia, “até às 15 horas, os estudantes haviam recebido, de donativos, três mil cruzeiros novos, que se destinarão à construção de uma estátua, em homenagem ao morto, em frente ao Restaurante Central dos Estudantes. O restante, segundo ficou deliberado, seria enviado à família do estudante, em Belém do Pará e custearia os funerais, pois foi recusado o oferecimento do governo estadual”.

Ao fim da tarde de 29 de março, assistiu-se a uma das maiores mobilizações da história do Brasil até então. Milhares de pessoas faziam fila para velar o corpo de Edson Luís. Artistas, sindicalistas e intelectuais compareciam. Na presença de 60 mil pessoas, o corpo de Edson Luís fez seu último trajeto. “Coberto pela bandeira nacional, o caixão desceu as escadarias da Assembleia sob os acenos de milhares de lenços. O povo entoava o Hino Nacional. Do alto dos edifícios caíam pétalas de flores e papéis picados. A multidão gritava ‘Desce! Desce’ para que os que, nas janelas, se limitavam a içar bandeiras negras. Muitos desciam e se integravam ao acompanhamento”.

Foram mais de três horas de um cortejo inesquecível até o Cemitério São João Batista. Anoitecia e, para ofuscar o protesto, autoridades deixaram de acionar parte da iluminação pública. De nada adiantou. Velas e lanternas carregadas pelas pessoas iluminavam a passeata. “A gente parou em frente ao prédio da UNE para fazer uma reverência. O prédio da UNE, que tinha sido fechado pela ditadura e não estava funcionando. Foi um dos momentos mais emocionantes. Lembro também que já estava escurecendo e algum dono de mercearia teve a ideia de doar todo o estoque de velas que ele tinha”, afirma Bernardo.
Jean Marc agrega: “A manifestação no enterro do estudante foi absolutamente monumental. Há quem fale de cem mil na manifestação posterior. Certamente não havia cem mil. Mas no enterro, sim. Foi uma imensa manifestação, com um itinerário enorme, do centro da cidade até o Cemitério São João Batista, com muita mobilização de gente. Foi um marco. O ano político começou com esse fato”. Edson Luís, segundo Bernardo Joffily, “não foi o primeiro morto da ditadura militar, mas foi, digamos assim, o primeiro morto público da ditadura militar. Eu acredito que, naquele dia, o Brasil aprendeu melhor o que era o regime”. Para Artur Poerner, “foi o momento de apogeu do movimento estudantil. Os estudantes eram, naquele momento, a vanguarda da resistência à ditadura militar”.
 O grande feito dos estudantes, até aquele momento, foi ter despertado o povo para o fiasco do regime militar.
 

terça-feira, 27 de março de 2012

Comissão Pastoral da Terra denuncia governo tucano do Pará


O governo tucano de Simão Jatene, do Pará, está fazendo acordo com a família Mutran e o grupo Santa Bárbara, de Daniel Dantas, para vender ilegalmente terras públicas a preço de “banana”. A denúncia foi feita em nota pública da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgada nesta segunda-feira (26).


Na nota, a entidade indaga “o que o Estado do Pará ganha em vender suas terras a preço tão irrisório?” e destaca que “o acordo já foi celebrado, faltando apenas o juiz da Vara Agrária de Redenção homologar”.

E exige, para a preservação do interesse e do patrimônio público, “a não homologação do acordo pelo Poder Judiciário, vez que assim o fazendo, o Judiciário estaria sendo conivente com as ilegalidades e irregularidades dos processos; e a atuação do Ministério Público Estadual e Federal, que deve agir de maneira exemplar para zelar o patrimônio público e investigar e denunciar as ilegalidades do processo”.

A nota, assinada pela Comissão Pastoral da Terra de Xinguara, Sul do Pará e Comissão Pastoral da Terra de Marabá, Sudeste do Pará, explica que a obrigação do Governo do Pará era retomar as áreas públicas, correspondente às fazendas Espírito Santo e Mundo Novo, localizadas no Sul do Pará, que foram ilegalmente destacadas do Estado. Ao invés disso, está vendendo essas terras a preço de irrisório, bem abaixo do valor de mercado, dilapidando o próprio patrimônio.

Em 9 de junho 2010, o Estado do Pará ingressou com Ações Civis Públicas perante a Vara Agrária de Redenção, para reaver essas terras do Estado, contra Benedito Mutran Filho, Cláudia Dacier Lobato Prantera Mutran, Alcobaça Participações Ltda e Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A, esta pertencente ao grupo Opportunity, que tem como um de seus sócios o banqueiro Daniel Dantas. Em razão dessas ações, essas áreas estão com os suas matriculas bloqueadas no cartório de registro de imóveis de Xinguara.

A preço de banana

Na avaliação da CPT, “o que é muito mais grave é que, apesar de ter sido o próprio Estado do Pará quem ingressou com as ações para reaver essas terras públicas, este mesmo Estado firmou acordo com Benedito Mutran nos processos, para vender as mesmas a um valor muito abaixo do valor de mercado, a preço de “banana”, chegando a ser até mais de 13 vezes menor que o valor que elas realmente valiam”.

E cita como exemplo a fazenda Mundo Novo que o Estado do Pará vendeu no acordo a Benedito Mutran pelo valor aproximado de R$400.000,00 (quatrocentos mil reais) e foi revendida pelo mesmo Mutran ao Grupo Santa Bárbara por mais de R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais). Valor esse que chega a ser 13 vezes maior do que o Estado do Pará vendeu.

“Não bastassem essas gravíssimas ilegalidades e irregularidades, os Procuradores do Estado do Pará estão prevendo no acordo, honorários de R$100.000,00 (cem mil reais) para sua Associação particular, portanto se beneficiando pessoalmente com o acordo”, denuncia ainda a nota.

Origem do problema

As terras foram concedidas no final da década de 1950 à família Mutran, por aforamento, isto é, para coleta de castanha-do-Pará, onde o Estado permitia a exploração da castanha, sem contudo transferi-la do patrimônio público ao privado. A atividade original do aforamento, a extração de castanha-do-pará, foi abandonada, sem a autorização do Estado, para a atividade pecuária, inclusive com desmatamento de grande parte das áreas e exploração de madeira.

Benedito Mutran Filho, antes mesmo de obter o ato de alienação definitiva dessas fazendas, o que supostamente ocorreu no dia 28 de dezembro de 2006, fez contratos de promessa de compra e venda dos imóveis em 9 de setembro de 2005 às empresas Santa Bárbara e Alcobaça. Na época, o ato de alienação concedido pelo Iterpa em favor de Benedito Mutran Filho foi realizado sem qualquer autorização do chefe do Poder Executivo, o governador, o que caracteriza a sua nulidade.

De Brasília
Com informações da CPT Nacional

Ver-o-Peso completa 385 anos marcando gerações

Ver-o-Peso completa 385 anos marcando gerações (Foto: Marcelo Lelis)
(Foto: Marcelo Lelis)

Ser tomado por sensações. Ter os sentidos aguçados por experiências mágicas. Envolvimento de sabores, formas, barulhos. Conhecer novos estímulos, redescobrir os antigos. Quem chega na maior feira livre da América Latina há que parar e absorver as ofertas de emoções. É preciso se concentrar. Parar por um instante. Ouvir então os carros, os gritos, os bregas. Captar os cheiros, as cores, o local, que conta com aproximadamente cinco mil trabalhadores distribuídas em 30 mil m². E então, dar um passo para mergulhar no rio de possibilidades que só o Ver-o-Peso tem. Completando hoje 385 anos, “Veropa”, para os íntimos, convida a todos para um deleite sensorial.

Existe algo para o qual você olhe e já sinta a boca salivar? Para o vendedor Jairo Ferreira, natural do Amapá, essa delícia é o peixe frito com açaí. A cada dois meses ele deixa a cidade do Oiapoque, no extremo norte do país, para ir à Belém a trabalho. E quando chega, corre para o Ver-o-Peso. Saborear seu prato favorito não é escolha. É obrigação. “Eu já estava no aeroporto porque meu voo sai em poucas horas, mas atravessei a cidade, vim pra cá só comer e volto”, sem se importar de ainda ser 10h. Ao lado do prato, a pimenta, o sal, o limão reforçavam o paladar e se expandiam ao ambiente, mas com o tempo certo de serem acrescentados ao prato. “A comida aqui parece ser até mais gostosa. Não sei explicar o que é. Aqui a gente encontra todas as pessoas, conversa com elas, se sente bem, até mais feliz. É um espaço diferenciado”, conta. Dos boxes de comida para as barracas de legumes, passando pela farinha, até chegar às frutas. Ali tudo tem sabor, tem gosto. Mas além dos sabores. o tato é essencial.

Quem compra na feira sabe que não basta ver, é preciso sentir o produto, como faz a dona de casa Maria Gomes, ao escolher frutas frescas, com a melhor textura. “Com o tempo a gente percebe quais estão no ponto, mais frescas. A gente precisa sentir que ela ainda tem vigor. Se estiver muito mole, por exemplo, não levo, porque vai durar pouco”, comenta. Nos artesanatos e roupas, tocar também faz diferença, como nas curvas das cerâmicas. Se o calor forte incomodar, é bom ir a um dos espaços parcialmente cobertos, como o das famosas ervas milagreiras da região. Lá, a gerente comercial Nathalia Martins e uma amiga, que visitava o Ver-o-Peso pela primeira vez: “Gosto especialmente dessa parte, com as ervas, porque a magia do local chama atenção. Quando trago turistas eles se interessam pelo banho, promessas de sonhos realizados, os cheiros de cada frasco”, conta. Nas mãos, sacolas com farinhas, pimenta, cupuaçu, castanha do Pará e artesanatos já pesavam para as jovens. Mas ainda acrescentaram um vidrinho que chama boas vibrações. “Elas são carismáticas, tentam adoçar com humor os problemas da vida. Não tem como recusar”, explica.

Em outros corredores, o cheiro toma aromas diferentes. Na “Pedra” o odor de peixe fresco se intensifica com o avançar da manhã e é normal para quem gosta. E assim, imponente, o Ver-o-Peso atrai olhares de todas as direções. Para o aposentado Lucimar Castro, a visão mais bela está no que envolve a feira. “Pra mim é a vista mais bonita do mundo. Me emociono de verdade olhando pro rio, vendo os barcos passarem, as ilhas do outro lado. Consigo passar mais de uma hora sem me mexer daqui, só vendo o horizonte. Somos abençoados com essa natureza. Infelizmente não damos o valor necessário, porque acostumamos, mas tenho certeza que todos sentiriam falta se um dia não tivéssemos mais”, opinou, deixando calmamente o local, com a certeza de uma sensação maior, que envolve todos os sentidos. Porque nenhum outro lugar dita, de forma tão mítica, o fluxo diário e peculiar de Belém.

Ver-o-Peso tem de quase tudo
O ambulante Ouziel de Oliveira, 51 anos, não trabalha com poções ou simpatias, mas também ‘salva muitas vidas’. Na banca improvisada em caixa de sapatos, comercializa miudezas: cola, lixa de unha, pente, sebo-de-holanda, barbeador. “Quem nunca saiu de casa na pressa até perceber que precisava dar um trato na unha? Tenho tesourinha, cortador, base. A pessoa às vezes nem sabe que precisa de algo até topar comigo”, diz o mascate, que há 34 anos trabalha no mercado do Ver-o-Peso.

Além das comidas típicas, artesanato e plantas medicinais, comércios como o de Ouziel mostram que o Ver-o-Peso tem muito mais. Roupas, panelas, eletroeletrônicos, o produto que você necessita, provavelmente, vai estar lá. São essas vendas que tornam o mercado mais interessante. Miguel Alho Cordeiro, 70, desde o final dos anos 80 comercializa bolsas, mochilas, carteiras e artigos de couro em três barracas. O estoque é de fazer inveja a muita loja de shopping center. “As pessoas têm aquele preconceito de que o Ver-o-Peso é um lugar de coisa porcaria. Engano deles, aqui tem muita coisa boa, coisa chique”, conta o vendedor.

O ambulante Rômulo Souza, 47, passa a madrugada oferecendo importados e vidros de perfumes. “O perfume é o que sai mais. Perfume de marca Kaiak, Essencial, Sintonia. Meus clientes são os balanceiros, os peixeiros, donos de atacado. Eles não economizam na hora de cheirar bem”, conta. A especialidade de Antônio Silva, 60, são panelas e produtos em alumínio, há 45 anos. “Todo dia tem cliente. Estou bem servido. É o melhor ponto da cidade”, afirma. Antônio não se restringe à venda, também conserta panelas e frigideiras e recauchuta borracha de panela de pressão. “Sou minha própria assistência técnica. Os produtos têm garantia, não deixamos nada a dever para nenhuma loja. Pode vir”, anuncia, com jeito amigável. “Não há nada que uma visita no Ver-o-Peso não resolva. Visito ele para tudo. Nem que seja para bater papo”, ensina a dona-de-casa Joana
Mourão.

Há sabores que só o Ver-o-Peso oferece
O Ver-o-Peso atrai milhares de pessoas todos os dias para fazer compras. Em meio a verduras, camarões, peixes de 40 espécies, e uma variedade de ervas e frutas exóticas, também circulam centenas de turistas todos os dias. “O Ver-o-Peso é uma vida, um encanto dos paraenses, é o postal mais lindo do mundo inteiro”, diz a vendedora de ervas Socorro Soares da Silva, 51, que vende garrafadas, chás, extratos e perfumes de ervas da Amazônia. Ela está no mercado há 26 anos, mantendo uma banca que foi deixada de herança pelos bisavós para a avó, que passou para a mãe, e agora está nas mão dela. “Essa barraca é o meu marido, se eu pudesse ataria uma rede aqui e dormiria com ela”, afirma socorro que criou cinco filhos com o que ganha no mercado e já ganhou até medalha de ouro da Prefeitura como reconhecimento pelo seu trabalho.

O vendedor de camarão, José Alberto Severiano, que trabalha há 30 anos no Ver-o-Peso, diz que conhece o velho e o novo mercado, referindo-se á reforma feita há quase 10 anos que mudou a cara do complexo. Diz ainda que para trabalhar ali é preciso ter “caldo grosso”, criticandoi dando a existência de benefício aos que tem mais dinheiro com os melhores pontos.

Mas alheios a isso, compradores declaram seu amor ao mercado que atrai a população pela variedade e qualidade dos produtos oferecidos, mas principalmente pelo preço. “Aqui é mais barato e é uma maravilha, uma feira única no Brasil e no mundo e merece o título de maior feira livre da América Latina”, derrete-se Edna Costa, que junto com os irmãos Sérgio e Arlete não perdem um sábado sem ir à feira, mesmo tendo que se deslocar do Coqueiro, no vizinho município de Ananindeua onde moram, até o centro.

A professora de História, Telma Bechara, fala com propriedade: “É o melhor mercado do mundo em termos de diversidade gastronômica, cultural e folclórica”. Já a aposentada Solange Maria de Sousa Ribeiro, critica a falta de manutenção do local. “Já está ficando tudo feio”. E em meio ao rebuliço da feira é possível encontrar gente fazendo até as unhas. O “salão” da manicure Iraci Paixão, que trabalha há 26 anos no mercado, fica perto da pedra, onde se vendem peixes mais baratos. Dois caixotes servem para ela e o cliente, com a regalia de poder tomar cerveja enquanto faz as unhas. Orgulho para quem criou os filhos com o trabalho no mercado, que há 385 anos faz história no Pará.

MARÇO VERDE E AMARELO: SEMANA DE GRANDES MOBILIZAÇÕES NO BRASIL


Estudantes e centrais sindicais marcam presença nas paralisações por mais investimentos em educação e contra a desindustrialização

Já é tradicional no movimento estudantil ocupar as principais ruas do Brasil no mês de março, em lembrança à morte do estudante secundarista Edson Luís, assassinado durante a Ditadura Militar, no Rio de Janeiro. É nesse período que as entidades estudantis realizam sua Jornada Nacional de Lutas, trazendo para o debate político as bandeiras prioritárias em defesa da educação.
 Este ano, com o chamado “Março Verde e Amarelo”, as entidades estaduais metropolitanas e municipais já estão preparadas para construir suas principais pautas e se mobilizar pelas bandeiras nacionais do movimento estudantil, como melhorias significativas  na educação e mudanças expressivas na atual política econômica.
Em Porto Alegre, mais de mil estudantes se concentraram em frente à Prefeitura da capital gaúcha para uma grande manifestação. Eles exigiam o passe livre e a garantia da meia entrada estudantil, além de profundas melhorias na educação da cidade e respeito ao piso salarial dos professores.  (leia mais aqui)
Em Alagoas, uma mobilização contra o aumento da tarifa dos ônibus, levou centenas de estudantes ao Tribunal de Justiça. Nesta quinta-feira (29), os estudantes estão organizando um seminário na Assembleia Legislativa para discutir justamente a questão do transporte público em Maceió. (leia mais aqui)

 AS MOBILIZAÇÕES NÃO PARAM POR AÍ

Na quarta-feira (28), será a vez dos estudantes do Rio de Janeiro ocuparem as ruas e levantar suas bandeiras. “O Brasil que a UNE quer é um país que enxerga com responsabilidade sua juventude, precisa de um projeto educacional que atenda às demandas de democratização do acesso. Por isso lutamos tanto pelos direitos dos estudantes”, afirmou o presidente da UNE, Daniel Iliescu, que estará presente na manifestação carioca. Brasília, Tocantins e Acre também levarão seus estudantes às ruas.

Quinta-feira (29)

Na Bahia, um grande ato, organizado pela Associação Baiana Estudantil Secundarista (ABES), convoca todos os estudantes para uma caminhada até a Praça Municipal, com concentração no campo grande, em defesa do investimento de 10% do PIB na educação e a meia passagem no transporte intermunicipal.
Além da BA, Minas Gerais fará um encontro dos Movimentos Sociais, na Assembleia Legislativa, quando serão discutidos a destinação de maiores investimentos à educação, racismo e diminuição das tarifas públicas (preço da passagem de ônibus e ampliação do metrô). Goiás e Paraíba também lutarão pelos direitos dos estudantes e marcarão presença na Jornada de Lutas.

3 e 4 de abril

O dia 3 de abril começa agitado para o estado do Amazonas e do Paraná. No PR, estudantes irão tomar as ruas e gritar: “Queremos educação de qualidade”, em um ato contra os cortes de verba na educação. Recentemente, o governo Beto Richa anunciou um corte de cerca de 50% da verba destinada ao custeio das universidades estaduais. Os professores também irão aderir à greve, mas de maneira facultativa.
No dia 4 de abril é a vez dos estudantes de São Paulo colorirem as ruas em defesa da educação. O ato vai acontecer no coração do estado,  na Avenida Paulista. “Queremos não só educação, mas sim que ela seja de qualidade. Uma educação que nos capacite para entrar na universidade pública. Levantamos a bandeira para transformarmos isso tudo em realidade é preciso colocar muita gente na rua”, ressaltou a presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) Nicoly Mendes. Além de São Paulo o estado do Amapá (AP) fará paralisações nesse mesmo dia.




Fonte:UNE

Educação tem papel estratégico e precisa ser garantida a todos, diz presidenta





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Ao comentar o lançamento do Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo) na semana passada, a presidenta Dilma Rousseff disse hoje (26) que a educação tem papel estratégico e tranformador para o país e que precisa ser garantida a todos.

No programa semanal Café com a Presidenta, ela lembrou que serão investidos R$ 1,8 bilhão por ano para melhorar a educação no campo – beneficiando, sobretudo, pequenos agricultores, produtores da agricultura familiar, assentados da reforma agrária e comunidades quilombolas.

“As ações do Pronacampo vão desde a melhoria da infraestrutura nas escolas à formação dos professores. Trinta mil escolas vão receber recursos para manutenção e reformas e outras 3 mil escolas serão construídas até 2014. Vamos também formar professores e oferecer cursos profissionalizantes aos nossos jovens e trabalhadores rurais”, explicou.

Para Dilma, o projeto é audacioso, já que quase 30 milhões de brasileiros sobrevivem da agricultura atualmente. Segundo ela, a ideia do governo é que essas pessoas possam estudar e ter uma profissão sem precisar deixar o campo.
 “Uma das nossas ações será oferecer material didático com conteúdo diferenciado para as escolas rurais. 

A partir do ano que vem, os temas dos livros didáticos dessas escolas estarão relacionados com a realidade das pessoas que vivem no campo e também das comunidades quilombolas, valorizando os saberes da terra e o conhecimento de quem vive na área rural”, completou.
Ainda de acordo com a presidenta, serão entregues mais de 8 mil ônibus e 2 mil lanchas para auxiliar no transporte escolar, além de 180 mil bicicletas. Ela ressaltou que a distância entre as escolas rurais e a casa dos trabalhadores pode ser grande e que, nesses locais, não há transporte coletivo acessível como nas cidades.

Trabalhadores rurais também poderão participar do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) – serão 180 mil vagas esclusivas para o campo em cursos como agroecologia, fruticultura, zootecnia, piscicultura e apicultura.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 26 de março de 2012

Paulo Fonteles: Guerrilha do Araguaia; O Mateiro de 1980


Em 1980 ocorreu a ousada caravana de familiares e militantes de direitos humanos pelos perigosos sertões araguaianos. O sentido da viagem, coordenada pelo "advogado-do-mato" Paulo Fonteles, então assessor jurídico da Comissão Pastoral da Terra (CPT), era de buscar informações acerca do paradeiro de dezenas de insurgentes que ousaram, poucos anos antes, enfrentar o tirânico regime dos generais nas selvas amazônicas.


Tal caravana, marco da luta pelo direito à memória e a verdade no país brasileiro percorreu por mais de dez dias a imensa região, coletando informações, entrevistando moradores e debatendo com os camponeses o sentido daquela epopéia tão ferozmente atingida pelos lobos febrentos da repressão política. E tudo isso sob o cerco das ameaças e intidações dos donos do poder de então.

Dentre os vários entrevistados, todos muito corajosos e já ligados às ações da Igreja progressista, que à epoca albergara parcela significativa dos opositores da ditadura militar, estava a figura do ex-rastejador Pedro do Jipe que, pela primeira vez revelou aos caravaneiros e, por conseguinte, à memória nacional não apenas a estratégia dos militares e guerrilheiros mas, também, os métodos que ambos utilizavam em tão encarniçada luta.

Pedro do Jipe morava desde 1964 na beira dos Caianos, numa época em que São Geraldo do Araguaia não passava de uma currutela debruçada sobre o largo rio dos Karajás. Sua narrativa, inédita, nos ajuda à esclarecer os acontecimentos da Guerrilha do Araguaia (1972-1975).
Toda a entrevista fora coordenada pelo "advogado-do-mato" Paulo Fonteles, principal responsável pelo contato e que contou com o acompanhamento dos viajantes: pais, mães, irmãos, esposas e amigos daqueles que se encontram até os nossos dias como desaparecidos políticos.

O Mateiro inicialmente ilustra como adentrou no enfrentamento à guerrilha e afirmou que " 'tava' em casa numa quarta-feira e eles (os militares) 'chegou' me procurando, um sargento e uns soldados, recrutas, e 'perguntou' por um povo que morava na mata, os 'papamaqui' ( jargão militar emprestado do exército estadunidense e que quer dizer 'povo do local'), aí eu disse que não conhecia (...) passaram umas duas horas investigando (...) falaram para mim não fugir (...) se eu fugisse era pior (...) se eu não fosse eu iria preso, eles tinham a informação que eu conhecia a mata toda na região que eu morava (...) aí eles foram lá e me pegaram, deram pro comando (...) o comando era em Xambioá, no campo de aviação (...) eu 'tava' nervoso demais e com três dias nós pegamos o 'sapão' (helicóptero militar) e me deram um pau e um revólver (...) deram farda em sinal de guerra".

Sobre o papel dos rastejadores na luta, ensinou que "é porque eu é que guiava eles na mata (o Exército), era preciso conhecer as matas, conhecer onde eles moravam (os guerrilheiros), mas eu não conhecia, só sabia andar (...) o rastro deles eu não conhecia, agora, eles conheciam o rastro, na hora em que batia num rastro diferente, eles conheciam (...) o calçado que esse povo 'tava' usando era com o calcanhar para a frente (...) para esconder e não encontrar eles na mata, pra rastejar ao contrário (...) o que eu fazia era só a hora em que eu enxergava eles, eu dava com o dedo para trás, pro sargento, eu não tinha ordem de atirar em ninguém. Eu dava o sinal para o sargento e caía no chão (...) eles faziam fogo naquele pessoal dentro das matas, nas montanhas (Serra das Andorinhas)".

Quanto ao "modus-operandi" das tropas governamentais ensejava que "nós 'entrava' na mata com muito silêncio, não 'fumava' nem 'conversava', nem dizia nada com o outro, era no sinal toda a vida (...) entrava às cinco horas da manhã, cedinho, sem falar com ninguém (...) entrava de pé (...) de onde o helicóptero deixava, nós 'entrava' de pé pra frente (...) o helicóptero ia e descia naquelas capoeiras, descia a uma certa altura, aí descia o correntão pra gente pular (...) daquelas capoeiras a gente seguia para a mata (...) a alimentação que nós 'levava' era pão, toucinho, uma lata de manteiga (...) o que a gente levava para beber não sei se era água, não sei se era remédio num vidrinho, coberto, bem coberto (...) a gente bebia, criava coragem (...) era uma água meio azulada (...) a gente passava um mês com aquele cantil (...) na hora que terminava de comer, não podia tomar água, tomava aquele líquido."

Para dar completude afirmara que "havia o 'paquera' (pequeno avião) que voava por cima (...) por cima do 'sapão' (...) agora quando 'tava' no perigo fazendo 'fogo' (...) vinha os dois (...) o 'sapão' de guerra, que era encarnado com metralhadoras de pé e metralhadoras de mão, tudo com a boca para baixo (...) quando nós 'tava' fazendo 'fogo', eles 'tavam' fazendo 'fogo' e o 'paquera' mais por cima pegando o rádio (...) se tinha morrido alguém, se 'tava' tudo sadio e se 'tava' muito perigoso".

Perguntado sobre a composição do pelotão que adentravam as matas esclareceu que "era um sargento, um 'mateiro' e mais quatro soldados (...) e o 'mateiro' ia guiando e qualquer coisa assinalava para o sargento (...) a orientação que tinha na hora que assinalasse era de cair no chão (...) meu companheiro, meu parceiro no primeiro dia que nós 'entrou', meu parceiro morreu com esse 'povo da mata', atiraram nele".

A evolução do depoimento revelou combates "já tava completando um mês na mata sem ver ninguém, só andando e dormindo (...) aí num dia cedo nós conseguimos encontrar a trilha deles (...) aí o sargento, eu dei o sinal pro sargento, aí ele veio, olhou e saiu, agachado, aí chegando perto de uma 'grota' (...) nós deitamos na 'grota' (...) todo mundo deitou e ficou em ponto de fazer 'fogo' (...) o sargento levantou, levantou e foi para a beira da água (...) ele atravessou o pau mais perto (...) meteu a mão na água e ficou (...) na hora em que ele atravessou o pau mais perto o cara atirou no peito dele (...) do jeito em que ele estava, encostado no pau, ficou (...) não caiu e nem pendeu (...) nos 'fiquemos' lá por quinze dias para conseguir tirar ele de lá (...) nós 'fiquemos' acoitados, 'amoitados' na mata, sem fazer movimento, nem pequeno movimento, nem de dia, nem de noite (...) depois que 'tava' com quinze dias conseguimos, saiu uma turma por detrás de uma 'toqueira', uns cinco (...) os soldados fizeram 'fogo', fizeram 'fogo' nesses cinco (...) o 'sapão' e o 'paquera' chegaram perguntando como é que 'tava' alí com o rádio do soldado (...) 'paquera' pro comando, como é que tá? (...) nós tocamos 'fogo' contra os 'papamaqui', que era esse 'povo da mata' (...) não queriam que a gente chamasse 'fulano', 'cicrano' (...) ás vezes a gente sabia do nome de alguns, mas não podia chamar (...) na hora que chamava, eles (os militares) 'tocava' o pé na bunda da gente, mandado pelo sargento, que a gente 'tava' acudindo pela parte deles (os guerrilheiros), ninguém podia falar nada sobre o pessoal da mata, tinha que fazer o que eles mandassem, era obrigado, se não fizesse morria, ia pelo mesmo caminho (...) o exército dizia que eles eram estrangeiros (...)."

Ainda sobre os cinco combatentes mortos em combate, explicou "esses cinco foram mortos depois que mataram o sargento (...) quando nós conseguimos voltar para matar mais, ordem do capitão (...) para pegar o resto dos 'papamaqui' que tinha corrido (...) veio o Sargento Francisco dessa vez (...) nós chegamos na beira de uma lagoa às quatro da tarde e nós deitamos na folha (...) um soldado pegou uma camisa, botou bem distante de nós (...) aquela camisa branca bem esticadinha (...) num toco de pau (...) quando foi às cinco da tarde eles atiraram na camisa (...) quando atiraram na camisa aí nós vimos (...) uns dez à doze, tudo com arma na mão (...) aí eles se afastaram , deitaram no chão, aí o sargento foi e mandou a 'soldadão' (?) fazer 'fogo' (...) da cintura para baixo não tinha nada inteiro, nem braço, nem mão (...) quatro já estavam mortos e só um ficou com um monte de documentos no bolso (...) o sargento foi pegar o documento dele (...) aí esse 'papamaqui' cuspiu na cara do sargento (...) ele 'tava' todo quebrado (...) o sargento interrogou ele (...) e ele (o guerrilheiro) falou o seguinte 'que eles (os militares) eram uns cachorros e uns covardes, que ele morria mas não se entregava' (...) o sargento tornou a baixar para pegar os documentos e ele tornou a cuspir na cara do sargento (...) aí o sargento deu um passo atrás e atirou na testa dele (...) nós ficamos mais quinze dias (...) veio uma outra equipe do Batalhão 25, com o Sargento Bandeira para pegar os 'papamaqui' (...)."

Sobre a infâme prática do corte de cabeças, asseverou que "cortavam as cabeças para levar ao comando (...) quem cortava a cabeça era o sargento (...) pegavam uma faca (...) daquela de dois ganchos com lâminas nas costas e na frente (...) eu ví o Sargento Francisco cortar (...) o Sargento Bandeira cortou a cabeça do 'Osvaldão' (...) ele pegou a faca e disse 'é negão, tú agora não vai perseguir brasileiro nenhum' (...) pegou a faca, pegou a cabeça dele, botou um pau debaixo e foi cortando, cortando (...) saía sangue demais (...) eu não aguentei e passei para trás, quando eu passei para trás o Sargento Bandeira me empurrou para frente e disse 'tá com pena dele?' (...) o Sargento Bandeira falou 'de hoje em diante se você chegar com o FAL (Fuzil Automático Leve) cheio de bala na repartição você vai pelo mesmo caminho que eles estão seguindo' (...) cortaram do 'Joaquinzão' (o camponês Joaquim de Souza Moura), cortaram do doutor Paulo (Rodrigues) (...) eu ví esses três, 'teve' outros que eles cortaram mas esses eu não ví, eu não conto porque eu não ví, só conto o que eu ví".

Sabemos, através de um ex-militar que atuou no contencioso que muitas das cabeças cortadas eram acondicionadas em caixas de isopor cheias de gelo e enviadas de avião até Belém do Pará, para a identificação que aconteciam na 8ª Região Militar.

Pedro do Jipe em seu relato disse ter visto guerrilheiros aprisionados "eles pegaram dez (...) pegaram duas mulheres (...) a 'japonesa' (Sueli Yumiko) (...) a maioria não se entregava (...) a 'Dina' (Dinalva Oliveira Teixeira) foi 'pegada' no Rio Araguaia (...) diz o povo que o exército pegou ela, ela já 'tava' grávida (...) o Daniel (Callado) foi preso do outro lado do Goiás, ele chegou da mata correndo (...) ele chegou numa casa na beira do rio, pegou um relógio que tinha muito bom e deu pro dono da casa para ir, sair do outro lado do Rio Araguaia, de nome Itaipavas (...) aí o moço da casa disse que não ia deixar ele mas que ele pegasse a canoa e atravessasse para o outro lado (...) aí o moço da casa correu no comando em Vanderlândia (...) e avisou no comando, aí já 'veio' os soldados, os sargentos (...) por fora beirando o rio, já 'veio' por água e o 'sapão' (...) quando ele bateu do outro lado já foi sair em cima de uma equipe (...) trouxeram para Itaipavas para a nossa equipe, trouxeram ele batendo, chamavam ele de bandido, investigavam ele (...) quando ele dizia que era brasileiro socavam o pé na bunda dele e ele caía (...) judiaram com ele (...) pegaram ele e trouxeram para o comando do 'Pontão' (base militar da 'Marcilinense', atual município de Piçarra, no Pará), do comando do 'Pontão' aí é que foi outra investigação para ele, pra descobrir aonde os outros estavam, o que é que eles usavam na mata, qual era o medicamento que eles usavam para não enfraquecer, para não morrer de fome, qual era a sigla deles (...) ele só dizia 'eu não sei' (...) eles batiam nele demais (...) pegaram o Daniel e levaram para Xambioá (...) ele descobriu que tinha um oco de castanheira cheia de medicamento, cheia de armamento, de bala, dentro da mata (...) depois eu não sei o que aconteceu com o Daniel, eles ficaram com ele (...) nesse tempo em que pegaram o Daniel, eu fui despachado (...) isso já foi no fim da guerra , em 1974".

Relatou, ainda, sobre a prisão de uma guerrilheira que "veio por dentro da mata (...) ela queria que eles não matassem ela e nem batessem, aí o Sargento Bandeira foi e disse 'pega a mulher' e pegaram (...) botaram ela dentro de um saco e dentro do saco botaram ela dentro de uma caixa, de uma jaula (...) trouxeram para Xambioá (...) não sei se ela foi levada para Araguaína(To), para Brasília(DF), se foi para Goiânia(Go) eu não sei (...) ela estava sozinha".
Perguntado se as forças da repressão ainda faziam contato, informou que "eles têm contato (...) eles têm contato dos livros, porque eles têm os livrinhos (...) eu sei que a mamãe recebe todo o fim de mês hum mil e quinhentos contos (...) ela vai buscar na Prefeitura de Araguaína".

Recentemente tivemos à informação, através de um ex-rastejador araguaiano, de que até 2003 o Exército fazia o controle de seus antigos colaboradores. Tal informante indica que tais atos eram feitos por oficiais que visitavam anualmente tais colaboradores sempre com a preocupação 'se alguém estava investigando os mortos'. O mesmo, segundo suas próprias palavras 'dá graças à deus pelo Lula ter ganho as eleições, assim eles pararam'.

No que se refere à prática de tortura, Pedro do Jipe denunciou que "batia e prendia (...) que quem 'tava' conversando muito, aí eles 'pegava', batia e prendia mesmo (...) teve um rapaz lá, rico, filho de fazendeiro, ele falou mentira, aí o Exército pegou ele e levou ele para a mata, para mostrar se ele sabia das sedes dos 'papamaqui', onde estavam os cento e cincoenta terroristas lá nessa mata (...) bateram muito (...) passou um mês e quinze dias com ele e não descobriram nem sinal (...) botaram ele no buraco (...) o buraco era muito fundo e 'joga' o sujeito dentro, aí pega aquelas pedras de gelo (...) aquele gelo fica pingando em cima da cabeça do cara (...) ninguém enxerga o chão (...) botam o sujeito lá dentro por uma corda (...) aí ele fica vinte e quatro horas (...) pingando aquela água de sal (...) sal e gelo (...) quando tiraram ele de lá 'tava' quase morto (...) ele passou três meses no hospital".

Inquirido se conhecia os guerrilheiros, respondeu que "eles estavam fazendo a abertura da mata (...) plantando capim, plantando mamona, plantando abacaxí, plantando cacau, plantando laranja, tudo isso hoje tá lá na sede deles nos Caianos, o senhor pode chegar lá e ver (...) muita casa boa, curral bom (...) eu conhecia o doutor Paulo (Rodrigues), a 'Dina' (...) eles eram boas pessoas (...) você não passava necessidade com eles."
Ademais revelou que "eu fui ser mateiro porque era obrigado (...) se eu não fosse era até capaz de me matarem (...) fui obrigado, fui na marra (...) eles diziam que o 'povo da mata' queriam tomar conta do Brasil, eu nunca acreditei nessa história (...)".

Dez dias depois que os caravaneiros se retiraram da região, Pedro do Jipe amanheceu morto no entroncamento de São Domingos do Araguaia (Pa), na Transamazônica. Segundo outros ex-mateiros, o então Major Sebastião Curió soube do depoimento e teria ele mesmo dado a ordem para assassinar o rastejador.

Pedro do Jipe tinha 26 anos e não deixou filhos. 


Fonte: Vermelho

sábado, 24 de março de 2012

ANPG convoca paralisação nacional de pós-graduandos pelo reajuste de bolsas já!



A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) convoca os pós-graduandos e as pós-graduandas de todo o país a paralisarem todas as suas atividades acadêmicas e de pesquisa no dia 29 de março em defesa do reajuste imediato do valor das bolsas de mestrado e doutorado, há 4 anos congeladas – a inflação acumulada do período já supera os 20%.
anpgparatudoHá pelo menos dois anos os pós-graduandos do país vêm pautando a importância da valorização das bolsas de pesquisa em um país que almeja uma posição de maior destaque na geopolítica mundial. Em 2011 os pós-graduandos realizaram diversas atividades nas universidades, rodaram um abaixo-assinado (que já supera 50 mil assinaturas) e angariaram apoio de reitores, conselhos universitários, assembleias legislativas, parlamentares, intelectuais, entidades da sociedade civil organizada, entre outros. A ANPG também apresentou propostas de emenda ao Orçamento da União para garantir o reajuste e também apresentou sua pauta aos presidentes da Capes e do CNPq, aos ministros da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação e até à presidenta Dilma Rousseff.
Todos os que receberam a reivindicação se disseram sensíveis à pauta, entretanto, o corte no Orçamento 2012, que reduziu em 22% as verbas do MCTI, indicam que as prioridades que marcam a política econômica federal prejudicam o desenvolvimento do país. Este depende, dentre outros fatores, de recursos humanos qualificados, capazes de contribuir para superar os gargalos históricos da nação.

Semana de mobilização
Assim, convocamos as APG’s e pós-graduandos a realizarem mobilizações nas universidades de forma concentrada na semana de 26 a 30 de março, pautando o reajuste das bolsas como a pauta central dos pós-graduandos na Jornada Nacional de Lutas da UNE, UBES e ANPG, que ocorre no período.
Entre as ações sugeridas pela campanha estão a realização de atos; festas-protesto de aniversário dos 4 anos sem reajuste; instalação de murais de apoiadores da campanha; coleta de moedas para “garantir” o orçamento do governo federal para conceder o reajuste; instalação de um contador de dias sem reajuste (nesta quinta-feira, dia 22 de março, completam-se 1391 dias); debates e moções de apoio dos órgãos colegiados das instituições e entidades dos movimentos sociais.

Paralisação
Entretanto, o foco da mobilização deve ser a paralisação das atividades acadêmicas e de pesquisa no dia 29 de março. Para tanto, vale realizar aulas públicas e outras atividades que reúnam os pós-graduandos, panfletagens e outros instrumentos. O importante é garantir e registrar o protesto pelo longo período sem reajuste das bolsas.
A produção de pesquisas concatenadas com as grandes questões nacionais e ao mesmo tempo livres, criativas, inovadoras, depende de investimento material e valorização social. É neste sentido que a ANPG pauta a humanização das bolsas de pesquisa, tendo como reivindicação imediata o reajuste e uma política permanente de valorização das bolsas de pesquisa.
Pela valorização das bolsas de pesquisa!

Além da campanha de bolsas, participe também do congresso da ANPG, de 3 a 6 de maio na Unifesp (São Paulo/SP). Clique aqui e saiba mais.
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Câmara lança Parlamento Jovem Brasileiro 2012


jovem
Estão abertas as inscrições para o programa Parlamento Jovem Brasileiro, promovido anualmente pela Câmara dos Deputados em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). Estudantes com idade entre 16 e 22 anos que cursam o 2º ou o 3º ano do ensino médio devem se cadastrar diretamente nas secretarias de suas escolas em todo o Brasil. O prazo para as inscrições termina em 15 de junho.
O programa oferece uma oportunidade de imersão parlamentar, por meio da qual os jovens simulam o trabalho dos deputados na própria Câmara dos Deputados, em Brasília. O encontro vai ocorrer entre 24 e 28 de setembro.
O estudante deve criar projeto de lei, que deverá ser apresentado na secretaria de sua escola, juntamente com a ficha de inscrição e a documentação requerida. O projeto deverá abordar temas nas seguintes áreas: agricultura e meio ambiente; saúde e segurança pública; economia, emprego e defesa do consumidor; educação, cultura, esporte e turismo.

Jornada Parlamentar
O Parlamento Jovem Brasileiro, instalado anualmente, é regulado pelo Ato da Mesa n.º 49/04 e pela Resolução 12/03 da Câmara dos Deputados. O programa tem por finalidade possibilitar aos alunos de escolas públicas e particulares a vivência do processo democrático, mediante participação em uma jornada parlamentar na Câmara dos Deputados.
A primeira edição do programa ocorreu em 2004. Desde então, participaram 613 jovens parlamentares estudantes do ensino médio.
Os deputados jovens são pré-selecionados pelas secretarias de Educação dos respectivos Estados, que encaminham os projetos ao Consed. Por sua vez, o conselho envia os projetos à Câmara dos Deputados, onde uma comissão, formada por servidores da área legislativa, irá escolher os projetos participantes.
O número de representantes por Estado e pelo Distrito Federal é proporcional ao número de deputados federais. São selecionados, ao todo, 78 deputados jovens.

Serviço
Parlamento Jovem Brasileiro 2012
Inscrições: até 15 de junho
Orientações gerais: projeto de lei, ficha de inscrição e documentação pessoal devem ser entregues na secretaria da escola do aluno.
Participantes: alunos de 16 a 22 anos, regularmente matriculados no 2º ou 3º ano do ensino médio de escolas públicas ou particulares de todo o Brasil.
Realização: de 24 a 28 de setembro de 2012, na Câmara dos Deputados em Brasília, DF.
Informações: (61) 3216-1771 e 3216-1772

sexta-feira, 23 de março de 2012

MEC fará auditoria na Unip para investigar fraudes no Enade

Governo também decidiu descredenciar a Universidade de São Marcos por irregularidades

O Ministério da Educação vai realizar uma auditoria na Universidade Paulista (Unip) depois de confrontar as denúncias de irregularidades na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enade) com as alegações apresentadas pela instituição. A investigação, que vai incluir avaliação in loco em todos os cursos da Unip em fase de renovação de reconhecimento, tem prazo de 60 dias para ser realizada.

Denúncia: MEC pede a Unip explicação sobre suposta fraude no Enade
Resposta da Unip: “Não escondemos nenhum aluno”, diz vice-reitora da Unip
Novas regras: Enade passará a ser aplicado aos alunos do penúltimo semestre

A Unip foi acusada de escolher apenas os melhores alunos de cada curso para fazer a prova, aplicada anualmente a universitários. Assim a instituição melhora a sua nota final. O Enade avalia a qualidade do ensino oferecido por faculdades, centros universitários e universidades de todo o país. Os números são muito utilizados pelas instituições em material publicitário para atrair novos alunos e, em caso de baixo desempenho, elas podem sofrer punições do MEC, como suspensão de vagas.



Após a denúncia, o ministério decidiu ampliar o número de alunos que faz a prova a cada ano. Para evitar fraude, já a partir do exame de 2012, serão convocados também estudantes do penúltimo semestre – antes o exame era restrito aos formandos.

A auditoria do MEC na Unip e será realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e pela Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior (Seres).

Propaganda questionada: Unip diz que brilha na OAB, mas aprova apenas 6,7% dos bacharéis

Universidade descredenciada
Outra instituição, a Universidade São Marcos, de São Paulo, será descredenciada. A decisão foi tomada pelo ministério após um processo administrativo ter verificado inúmeras irregularidades na instituição. Entre os problemas estão a falta de ato de recredenciamento da instituição, o descumprimento de medida cautelar de suspensão de novos ingressos e das medidas de saneamento determinadas pelo MEC em 2011 durante o processo de supervisão, constatação de inviabilidade financeira e desorganização acadêmica e administrativa.

Com o descredenciamento, a faculdade deverá providenciar a transferência dos alunos e a entrega da documentação acadêmica aos interessados em 90 dias.

Fonte:ultimosegundo.ig.com.br

IFCH recebe Lúcio Flávio Pinto em palestra sobre Direitos Humanos


“Os Direitos Humanos na Amazônia” foi o tema da palestra do jornalista Lúcio Flávio Pinto, no Auditório Setorial Básico II do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA), na última quinta-feira, 22. O professor Jorge Moraes, organizador da palestra, fala que um dos objetivos foi, “primeiramente, prestar solidariedade ao Lúcio, em relação à sentença a que foi condenado. E, em segundo lugar, debater a questão dos Direitos Humanos e a violação do direito de informação.”
Lúcio Flávio Pinto começou falando sobre os processos que sofreu, mas afirma que, em 46 anos de jornalismo, nunca foi desmentido e tem como provar tudo o que fala. O jornalista afirmou que as autoridades desejam acabar com o Jornal Pessoal. Ao tratar dos Direitos Humanos e da Amazônia, Lúcio Flávio destacou que só “nascer no Pará não te faz um paraense. Para ser um paraense, é preciso fazer algo. Temos que conhecer o nosso Estado,” disse.

Para a estudante de Comunicação Social Bianca D’Aquino, é muito importante conhecer a visão que o jornalista tem sobre a região. “Ele compreende a Amazônia de uma maneira mais ampla do que qualquer pessoa, e é muito importante pra gente que está dentro da Academia ter contato com essa visão e, principalmente, ter contato com alguém que busca os fatos, busca a verdade, para, assim, sabermos mais sobre algo que julgamos conhecer, a Amazônia. Nós moramos aqui e, por isso, achamos que a conhecemos, mas não é verdade.”
Segundo Lúcio Flávio, o direito à informação é um direito difuso, é um direito subjetivo. “Se você não tem a informação, você tem o direito de tê-la e pode cobrar daqueles que são obrigados a dar informações. Por exemplo, você manda cartas aos jornais e à imprensa. Se o jornal não dá atenção, você forma um grupo para apoiar um jornal alternativo ou criar, você próprio, um grupo de reflexão. Então, direito é isso: o que é conferido nas leis, e o que você quer que se torne direito, no futuro. E você luta por isso”.


Texto: Paloma Wilm – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Karol Khaled

3º Encontro Nacional do BlogProg será em maio



A Comissão Organizadora do no 3º Encontro Nacional dos Blogueiros Progressistas (BlogProg) se reúne no próximo sábado (24/3), a partir das 10h, em São Paulo para planejar ações voltadas para garantir a realização do evento nos dias 25, 26 e 27 de maio, em Salvador. O adiamento de uma semana foi proposto em reunião preliminar em Salvador no dia 14 de março.


“Na reunião com a Comissão de Blogueiros da Bahia, que ficou responsável pela organização do Encontro, foram levantados problemas naturais na realização de eventos nacionais, como a questão da estrutura da organização, a proximidade da data e também a realização de outra atividade importante na cidade na mesma data, que a Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. Diante disso, chegou a se levantar a possibilidade de adiamento, mas isso só pode ser decidido pela Comissão Nacional de Blogueiros que se reúne no sábado”, informou Altamiro Borges, da Comissão Nacional e da Barão de Itararé.

Segundo Borges, a Comissão vai discutir as formas de contornar as dificuldades e viabilizar a realização do Encontro, que deve reunir cerca de 500 ativistas digitais do Brasil inteiro, além de convidados e observadores internacionais. “Desde a sua primeira edição, o Encontro vem se viabilizando através de apoio de entidades sindicais, de sites e revistas progressistas, como Caros Amigos, Carta Capital, Carta Maior e Vermelho; de fundações de estudos, como a Perseu Abramo e Muarício Grabois, além disso nós buscamos apoios institucionais e cobramos pela inscrição. O governo da Bahia, através da Secretaria de Comunicação, tinha sinalizado a possibilidade de apoio e estamos aguardando a resposta para dar continuidade à preparação do evento”, acrescentou.

Desde 2010, quando o movimento começou, os eventos do BlogProg costumam reunir centenas de ativistas digitais, blogueiros e militantes pela democratização da comunicação por onde passam e não será diferente na Bahia, já que a discussão proposta pelo Encontro é extremamente importante. O Encontro Nacional Blogprog tem participação aberta ao público, sem a necessidade de escolha de delegação nos estados, participando do encontro os ativistas que se interessam em discutir as questões propostas. As inscrições serão feitas pela internet e custarão R$ 60 e R$ 30 para estudantes.

De Salvador,
Eliane Costa.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Eventos do ICJ-UFPA discutem os impactos da sociedade de consumo na formação de crianças e adolescentes

O Núcleo de Prática Jurídica da UFPA vai exibir, no próximo dia 27 de março, dentro do "Programa de Atendimento a Vítimas de Violência", o documentário Criança, a Alma do Negócio, dirigido pela cineasta Estela Renner. O filme promove uma reflexão sobre como a formação de crianças e adolescentes é fortemente influenciada pelos valores da sociedade de consumo.

Em seguida, a professora Flávia Lemos, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFPA, vai ministrar uma palestra sobre "Consumismo e Infância".
As inscrições são gratuitas, no próprio dia do evento, que ocorre no Auditório Hailton Correa Nascimento (altos do ICJ), às 16h, com certificados de 4 horas para atividades complementares.

Fonte:UFPA

Educação: 7% do PIB não garantem padrão mínimo de qualidade


Em audiência pública na Câmara, professores e representantes da sociedade civil demonstram que são necessários mais de 10% do PIB para garantir uma educação com padrões mínimos de qualidade. Para professor da FGV, se o Brasil investir apenas 7% do PIB na área, só atingirá o nível das nações ricas entre 2040 e 2050.

Por Najla Passos, na Carta Maior


Os especialistas que participaram da audiência pública para discutir o Plano Nacional de Educação (PNE), nesta terça-feira (20), na Câmara, foram unânimes ao afirmar que os 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, propostos pelo governo federal para serem investidos na área, até 2020, não serão suficientes para garantir um padrão mínimo de qualidade para o setor.

O relator do projeto, deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR), reafirmou que, a despeito da opinião contrária dos convidados, manterá no seu substitutivo o percentual de 7,5%, já renegociado com a equipe econômica do governo. “Esse percentual será suficiente para promover uma verdadeira revolução na área”, garantiu.

Os deputados presentes à audiência, entretanto, não se convenceram. E defenderam que o relatório só seja colocado em votação após uma reunião da Comissão Especial do PNE com a equipe econômica para discutir valores.

O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, disse que um estudo realizado pelo coletivo, que reúne diversas entidades da sociedade civil organizada, concluiu que, para financiar as metas previstas no PNE, será necessário investir 10,4% do PIB. “Se a gente não investir 10%, não vamos conseguir expandir a educação como determina o PNE, com um padrão mínimo de qualidade”, afirmou.

Segundo ele, os estudos feitos pelo Ministério da Educação (MEC) que apontaram que o percentual de 7% é suficiente não obedecem aos critérios definidos pelo Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi).

Ele também defendeu a necessidade do aumento dos investimentos federais no setor. De acordo com Cara, durante os governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, a união se desresponsabilizou progressivamente pela área. “O esforço real do financiamento da educação se dá pelos estados e municípios”. Conforme o coordenador-geral, os estados arcam com 41% dos custos do setor, os municípios com 31% e a união, com 20%.

Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Nelson Amaral afirmou que a dificuldade em estabelecer os parâmetros de cálculos para o percentual do PIB a ser empregado na área decorrem da dificuldade brasileira em definir qual educação ela quer para o país. O professor mostrou estudos baseados no custo anual dos alunos matriculados em creches para demonstrar a discrepância entre os parâmetros possíveis de serem adotados.

Ele afirmou que o MEC estima em R$ 2,5 mil o custo/aluno creche por ano. Para a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), o valor é de R$ 5,1 mil. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) aponta para R$ 6,4 mil. E o Custo Aluno Qualidade Inicial (CAQi) fixa em R$ 7,4 mil. “A questão é definir que qualidade queremos”, provocou.

O professor demonstrou também que as discrepâncias obedecem às desigualdades regionais brasileiras. No nordeste, esse custo é estimado em R$ 1,8 mil, enquanto na região sudeste fica em R$ 8,2 mil. O investimento dos países desenvolvidos é ainda maior. Nos Estados Unidos, chega a US$ 14 mil.

“Se o Brasil aplicar 10% do PIB em educação, atingirá um padrão de qualidade próximo ao da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de US$ 6 mil por aluno, entre 2020 e 2030. Se investir apenas 7% do PIB, se irá se equipar aos países desenvolvidos somente entre 2040 e 2050”, apontou.

O professor da Universidade de São Paulo (USP), José Marcelino de Rezende Pinto, calculou em 10,7% o percentual do PIB necessário para financiar as metas educacionais previstas pelo PNE. Segundo ele, os 7% apontados pelo governo correspondem às necessidades apenas deste ano.

O representando do Conselho Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos, criticou a falta de qualidade do ensino brasileiro. “Em vários estados, em cada 100 alunos que terminaram o ensino médio, apenas dois aprenderam o esperado em matemática”, exemplificou. Segundo ele, o Brasil possui um custo médio por aluno/ano de R$ 3,5 mil, enquanto os países da comunidade europeia investem R$ 9 mil. “É uma diferença enorme”.

O relator, Ângelo Vanhoni, defendeu seu substitutivo, afirmando que ele avança muito a partir das metas elaboradas inicialmente pelo governo, em 2010. No caso das crianças de 0 a 3 anos, matriculadas nas creches, o substitutivo fixa em R$ 3,5 mil o custo anual por aluno, enquanto o governo emprega, hoje, R$ 2,2 mil.

No final do debate, o deputado Arthur Bruno (PT-CE) propôs que a Comissão só vote seu relatório após debate com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Precisamos discutir os números com ele. Investir 7,5% do PIB em ensino é um avanço, mas precisamos ouvir o ministro”, afirmou.

O deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) reforçou a proposta. “Não há restrição fiscal para destinar os 10% do PIB para a educação. O relatório simplesmente enquadra a proposta que veio do Palácio do Planalto”, disse.

O deputado Newton Lima (PT-SP), concordou com o debate, mas ressaltou que os deputados não devem criar um antagonismo entre a política de responsabilidade fiscal e a política educacional. “Se a gente fizer isso, vamos cometer um grave equívoco, porque temos um país em reconstrução, inclusive na sua macroeconomia”, justificou.

Para Lima, a atual situação de instabilidade econômica mundial não permite que o governo faça uma estimativa supervalorizada dos recursos disponíveis para investir mesmo em setores imprescindíveis, como educação ou saúde.

Fonte: O outro lado da notícia

MOVIMENTO ESTUDANTIL SE PREPARA PARA 60º CONSELHO NACIONAL DE ENTIDADES


Baixe a ata de eleição de delegados do Coneg, que será realizado entre os dias 15 a 17 de junho e formulará o Projeto UNE Brasil+10

O movimento estudantil brasileiro se prepara para realizar um dos seus principais fóruns de deliberação, o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), que reúne as principais lideranças de Diretórios Centrais de Estudantes, UEEs e Executivas de Curso. A 60ª edição do Coneg ocorrerá no Rio de Janeiro, de 15 a 17 de junho de 2012. Durante esse mês, a capital carioca receberá também outro importante encontro, a Rio+20.

O Coneg , além de debater temas relacionados ao desenvolvimento sustentável, terá a finalidade de elaborar uma plataforma política a ser apresentada à sociedade. Serão mais de 500 estudantes reunidos para discutir temas como educação saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia, mobilidade urbana, entre outros, e formular o “Projeto UNE Brasil+10”, fruto da Caravana que leva o mesmo nome é irá rodar todo o Brasil ano meses de março a maio. Para participar do CONEG, cada entidade precisa eleger seus delegados (baixe aqui a ata de eleição).
“Esse projeto é uma tentativa de sistematizar os debates que vão acontecer durante toda a Caravana Brasil+10, caravanas livres, e todas as outras atividades do movimento estudantil, que ao longo dos próximos dois  meses levantarão a reflexão entre estudantes do Brasil que queremos construir nos próximos 10 anos”, explicou o presidente da UNE, Daniel Iliescu.

O CONEG acontecerá juntamente à uma das conferências mais esperadas do último ano, a Rio+20, evento que, entre os dias 13 a 22 de junho, reunirá  representantes de 193 estados para debater desenvolvimento sustentável e tirar uma agenda com ações globais. “A        conferência deve mobilizar bastante a sociedade brasileira. Nas universidades o  debate será ainda mais intenso. O ‘Projeto UNE Brasil+10′, também abordará temas debatidos na Rio+20, porém o objetivo do encontro é formular um documento mais amplo”, explicou Daniel.




Fonte: UNE

quarta-feira, 21 de março de 2012

Debate no Senado defende aprovação do Estatuto da Juventude


O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH) e relator do Estatuto de Juventude na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senador Paulo Paim (PT-RS), disse que quer ver o projeto aprovado até abril deste ano. Ele iniciou o debate realizado nesta terça-feira (20) na comissão, lembrando o “bom trabalho” realizado pela deputada Manuela D’ávila (PCdoB-RS), relatora do Estatuto na Câmara dos Deputados.


“Se dependesse de mim, esse Estatuto seria aprovado com rapidez. Seria aprovado até abril deste ano. O que não pode, é esse projeto ficar engavetado, como está o Estatuto da Pessoa com Deficiência na Câmara”, cobrou Paim.

Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), também defendeu a rápida aprovação do Estatuto, dizendo que essa é uma grande oportunidade de o Brasil inserir os jovens em políticas públicas e fazer com que outros setores, com a participação da juventude, possam se desenvolver, assim como a economia brasileira, que já é a sexta maior economia mundial.

“Não munir o Brasil do Estatuto, é desperdiçar a oportunidade de se ter um país mais desenvolvido socialmente, além de desenvolvido economicamente”, disse. “O Estatuto da Juventude significa um avanço enorme nessa área do fortalecimento daqueles que vão dirigir o país um dia, que é a juventude de hoje”, completou Paim.

O relator do Estatuto da Juventude na CCJ e na CDH, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), destacou as dificuldades enfrentadas até o momento, para fazer com que o projeto avance na Casa e pediu a ajuda dos jovens para sensibilizar parlamentares a debaterem e propiciarem a aprovação da proposta.

“Sugiro a mobilização dos jovens, estudantes desse país, para que a tramitação do projeto seja acelerada. Assim, o projeto poderá ser aprovado pela CAS, onde o senador Paim é o relator, seguir para a CDH e, aprovado aqui, pedirmos a urgência para votação no plenário e ele retornar para a Câmara, ainda no primeiro semestre”, defendeu.

Sugestões para melhoria

A secretária Nacional da Juventude da Presidência da República, Severine Macedo, também mostrou disposição em fazer a proposta tramitar de forma rápida, mas, ressaltou que debates precisam ser realizados para que alguns pontos do Estatuto ainda sejam aprimorados.

“Não queremos que o Estatuto fique tramitando no Congresso durante anos”, destacou a secretária, que também enfatizou que ministérios como Educação e Saúde estão preparando sugestões para a melhoria da matéria.

O Estatuto da Juventude é um texto que busca reafirmar e aprofundar direitos fundamentais dos jovens, avançando na implantação de políticas públicas e no atendimento das necessidades de jovens com faixa etária entre 15 e 29 anos.

Fonte: Agência Senado

Urbanitários da Celpa fazem nova paralisação




Os urbanitários da Celpa iniciaram, nesta quarta-feira (21), mais uma paralisação da categoria, com objetivo de pressionar a empresa a fazer o pagamento de duas parcelas referentes a um acordo feito com a empresa. Desta vez, a paralisação será de 72 horas. Na primeira, realizada no início do mês, foram 48 horas. Ontem, a Justiça atendeu pedido da empresa e expediu liminar proibindo o sindicato de impedir a entrada de funcionários na empresa.

Um grupo de urbanitários se concentra na porta da empresa, na Rodovia Augusto Montenegro. 'Nossa paralisação é pacífica e não vamos desobedecer nenhuma ordem judicial. Queremos o pagamento das parcelas do Plano de Cargos, Carreiras e Salários', explica Warlen Lameira, do Sindicato dos Urbanitários.

Houve tumulto, na manhã de hoje, em uma tentativa de impedir funcionários de entrarem na empresa, mas a polícia conseguiu controlar os ânimos. O sindicato se defendeu dizendo que a confusão foi criada por representantes de empresas terceirizadas.

Ao todo, a Celpa tem 2.100 servidores. O sindicato garante que a paralisação não vai afetar o fornecimento de energia elétrica.

Na manhã de hoje, representantes do Sindicato dos Urbanitários, o administrador da Celpa, Mauro Santos, e a juíza Filomena Buarque, da 13ª Vara Cível, onde corre o processo de recuperação judicial da Celpa, se reúnem para discutir uma solução para o problema do atraso no pagamento da 38ª e 39ª parcelas do Plano de Cargos, Carreiras e Salários.

Fonte: Portal ORM

Pibic Ensino Médio prorroga inscrições até o dia 23 de março


A Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio de sua Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesp), prorrogou inscrições e agora recebe até as 14h do dia 23 de março - o prazo anterior se esgotava no dia 16 -, inscrições de propostas para o preenchimento de 60 bolsas ofertadas no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Ensino Médio - na categoria PIBIC-EM/CNPq - que tem por objetivo despertar a vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes do Ensino Médio e Profissional em escolas públicas do Estado do Pará.

Os bolsistas serão orientados por docentes, coordenadores, técnicos ou participantes de projetos de pesquisa registrados na instituição e o programa será administrado pela Diretoria de Pesquisa da Propesp. A bolsa é no valor de R$ 100. Para saber sobre os documentos necessários e procedimento de inscrição, os interessados devem checar o edital. Mais informações junto à Diretoria de Pesquisa da Propesp pelo telefone (91) 3233-4138 e e-mail propesp@uepa.br.

Fonte:Agência Pará de Notícias

CARAVANA DA UNE PERCORRE 12 ESTADOS E “PREVÊ” BRASIL DAQUI A 10 ANOS


Projeto “UNE Brasil+10” acontece em 24 universidades do país com grandes debates temáticos, encontros e atividades culturais dentro de quatro eixos: educação, desenvolvimento, justiça social e ambiental

Onde você estará daqui a dez anos? Como será a estrutura social brasileira e quais serão as oportunidades de desenvolvimento para a juventude? Quais serão os avanços e desafios da educação pública e da sustentabilidade ambiental? A União Nacional dos Estudantes (UNE) resolveu qualificar ao máximo esse exercício de futurologia entre os dias 28 de março e 15 de maio, com a Caravana UNE Brasil+10. Entre os convidados para a jornada nos diversos estados estão nomes como o cientista Miguel Nicolelis, o escritor Fernando Moraes, o cineasta Silvio Tendler e o físico Ênio Candotti.
A Caravana UNE Brasil+10, sexta iniciativa de circulação nacional da UNE em seus 75 anos de vida, é co-realizada pelo Circuito Universitário de Cultura e Arte da entidade (CUCA da UNE) e está percorrendo 24 universidades, em 12 estados (Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo).
Imaginando o Brasil possível em 2022, quando se completam 200 anos da Independência Nacional e 100 anos da Semana de Arte Moderna, a UNE leva uma maratona de atividades com grandes pensadores, cientistas, artistas, políticos e militantes do movimento social para debater e construir, junto aos estudantes, idéias e soluções para a próxima década. A Caravana deverá atingir um público total de 50 mil estudantes e se divide em quatro eixos fundamentais: educação, desenvolvimento, justiça social e justiça ambiental.
Entre os principais objetivos da Caravana está a produção de um diagnóstico participativo, junto a jovens de diferentes estados e realidades, que possa contribuir no debate e formulação de políticas públicas, ações do movimento social ou do terceiro setor para o desenvolvimento do Brasil nos próximos dez anos. Além disso, o resultado servirá de base para o Projeto “UNE Brasil Cidades 2012”, uma plataforma de reivindicações do movimento estudantil brasileiro a ser entregue para os candidatos a prefeito nas eleições do segundo semestre.

ROTEIRO DA CARAVANA

28/03 – Brasília (DF): UNB / UCB
03/04 – Porto Alegre (RS) UFRGS / PUC-RS
10/04 – Curitiba (PR): UFPR / PUC-PR
13/04 – Manaus (AM): UFAM / UNINORTE
16/04 – Belém (PA): UNAMA
17/04 – Belém (PA):  UFPA
19/04 – Fortaleza (CE): Faculdades Integradas do Ceará (FIC)
20 /04 – Fortaleza (CE): UFC
24/04 -  Natal (RN): UFRN / UNP
27/04 – Recife (PE): UFPE / UNICAP
03/05 – Belo Horizonte (MG): UFMG / PUC-MINAS
07/05 – Salvador (BA): Centro Universitário Jorge Amado (FJA)
08 /05 – Salvador (BA): UFBA
11/05 – Rio de Janeiro (RJ): UFRJ
12/05 – Rio de Janeiro (RJ): Universidade Gama Filho (UGF)
14 /05 – São Paulo (SP): UNIP
15/05 – São Paulo (SP): USP

ATIVIDADES DA CARAVANA

Em cada uma das universidades, logo pela manhã, acontece um cortejo cultural, formado por atores e músicos, passando pelos corredores e convidando para o “Aulão Brasil+10”, uma grande aula referência, ministrada por personalidades brasileiras convidadas, sobre o tema Brasil+10. Depois, a mobilização estudantil estará voltada para as questões locais da universidade. A equipe da UNE fará reuniões com as entidades estudantis e representantes das instituições para debater as questões educacionais concretas enfrentadas em cada uma delas.
No final da tarde, o CUCA da UNE realizará uma reunião envolvendo estudantes e artistas locais. Também à tarde, acontecerá nas universidades privadas o Encontro do Prouni, que tem como objetivo analisar os resultados deste projeto executado pelo Ministério da Educação, levantando seus problemas e virtudes, sistematizando-os na busca de aprimoramentos através das opiniões dos jovens beneficiados.

UNE 75 ANOS

No próximo dia 11 de agosto, a UNE completa 75 anos de lutas e protagonismo nos principais episódios da vida do Brasil. Sendo, simultaneamente, o mais antigo e mais renovado movimento social do país, a entidade foi fundada em 1937, em meio à luta dos estudantes contra o nazi-fascismo no Brasil. O movimento estudantil marcou presença combatendo a ditadura do Estado Novo, na luta pelo desenvolvimento com a campanha “O Petróleo é Nosso” e nos turbulentos anos 60 e 70, quando a UNE e os estudantes foram perseguidos, torturados e mortos pela ditadura militar. Além disso, a UNE teve participação histórica em outros episódios como na campanha “Diretas Já”, na ação dos “cara-pintadas” durante a campanha “Fora Collor” e na resistência às privatizações e ao neoliberalismo que marcaram a era do presidente FHC.

HISTÓRICO DAS CARAVANAS DA UNE

Em 1962, pela primeira vez em sua história, a UNE pôs o pé na estrada com a realização da UNE-Volante, mobilizada na rede da legalidade, movimento vitorioso que garantiu a posse do presidente João Goulart. Em 1963, reforçando as conquistas dessa experiência, foi realizada a segunda edição da UNE-Volante, congregando jovens artistas e universitários em busca de conhecer e integrar o Brasil. No entanto, essas experiências foram interrompidas pela ditadura.
Em 2004, a UNE conseguir retomar os projetos das caravanas. Uma equipe de atores, produtores, documentaristas, artistas e estudantes embarcaram a bordo de um ônibus para mais um jornada, desta vez, chamada de Caravana UNE pelo Brasil, percorrendo 25 cidades brasileiras, sendo 18 capitais, passando por 31 instituições de ensino, nas cinco regiões do país. Ainda em 2004, foi realizada a Caravana Universitária de Cultura e Arte Paschoal Carlos Magno, o nome foi uma homenagem ao poeta e romancista criador do Teatro dos Estudantes. Já no segundo semestre de 2008, a UNE apostou na diversificação dos temas das caravanas em um projeto ousado, a Caravana Saúde, Educação e Cultura. Em parceria com o Ministério da Saúde, o projeto passou pelos 26 estados, mais o Distrito Federal, a bordo de um ônibus.

SOBRE O CUCA DA UNE

O Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE (CUCA) é um projeto de continuidade das iniciativas culturais da entidade dentro das universidades brasileiras. Trata-se de uma rede com núcleos em 15 estados brasileiros (São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Brasília, Amazonas, Piauí, Bahia, Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Maranhão, Roraima, Rio Grande do Norte e Pernambuco), que promove ações em diversas linguagens como audiovisual,artes plásticas, literatura, teatro e música.

INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA E AGENDAMENTO DE ENTREVISTAS

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Fonte: UNE